Se, na ficção, Manuel de Macedo mostrou tendência à fixação dos hábitos e costumes da sociedade carioca do seu tempo, agora em "Memórias da Rua do Ouvidor", realiza com mestria o seu papel de historiador da talvez mais famosa rua da segunda metade do século XIX.
Macedo atêm-se aos fatos históricos e de comprovação documental, mas se coloca à vontade para preencher "os vazios da História", com um texto que não choca com o registro e permite ao leitor deliciar-se com a prosa e a inventividade muito real deste autor que foi um dos fundadores do nosso romance.
Contudo, o mais interessante no livro de Macedo, além da sua escrita, talvez seja o testemunho de sua época na pena de um cronista dos mais admiráveis.
A Obra registra desde a criação da rua, quando era apenas um "Desvio", passa por descrições no tempo de D. João VI, comenta sobre lojas, jornais, hotéis, fatos referentes à História do Brasil que têm conexão com a rua, até chegar à rua do Ouvidor de seu século.
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